segunda-feira, 28 de novembro de 2016

As Criaturas (de novo)

Tive um comentário com um médico onde manifestei o meu arrependimento por não ter aceite um convite para ir trabalhar para a Austrália há vinte anos atrás.

-E não tinha medo lá dos animais da Austrália? Das Aranhas venenosas, dos tubarões, etc?

-Não, tenho mais medo de estar entre as pessoas do que de nadar com tubarões. Esses só nos atacam quando têm fome ou se sentem ameaçados, não sem antes avisarem.
As pessoas atacam por inveja, maldade pura ou apenas por capricho. Muitas vezes à traição, fazendo passar-se por nossos grandes amigos, dão-nos palmadinhas nas costas apenas para encontrar o melhor sítio para espetar a faca.

-Você está descrente da humanidade.

-Conheço muitas pessoas boas, genuinamente boas. Mas também conheço muitas criaturas pouco dignas de ostentar o título de ser humano, se calhar em maior número que as primeiras.
Criaturas nojentas e indignas sequer do meu ódio. Pena que às vezes, apenas às vezes não consigo sentir por elas apenas uma indiferença profunda. Ficamos por aqui.


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