Odeio esta cidade, feia, suja, deprimemte.
Sinto falta da luz, do espaço, da alegria
Podia ter sido uma salvação, mas acabou sempe em miséria
Aqui fui diagnosticado com PHDA, mas no fim nada foi feito
Não consigo encontrar nada de bom
Se me disserem que vou ficar aqui até morrer, mais vale morrer já!
Não consigo encontrar ninguém, não sinto vontade para encontrar ninguém.
Quero sair daqui, mas sinto-me preso, agrilhoado
Sinto um muro a se erguer à minha volta
Ajudo a fazer esse muro, tijolo a tijolo, vou-o completando
Afasto quem amo, quem gosto, quero ficar só, apenas
Mergulho fundo a cabeça por trás desse muro
A escuridão vai-se apoderando do meu coração
Eu próprio fecho os olhos a qualquer raio de luz que rompe as paredes
Rápido coloco mais um tijolo para fechar a fresta
Deito fora os fosforos, não quero ver luz, não quero ver nada
Outras vezes tento voar daqui para fora
Tento voar para a luz, tento escapar desta prisão sombria
Fecho os olhos e deixo a minha mente voar
Para o norte ou para o sul, mas para longe daqui
Mas a obscuridade acaba por me manter preso
Preso a uma cidade sem alma, a uma prisão sem grades
Esta cidade sem horizontes, sem céu, sem luz
Traz-me de volta para o fundo do braco que é a minha vida
Cada vez que esou perto de sair tudo se desmorona à minha volta
Caio na fundo da escuridão, daquele mundo de trevas
Para onde fui condenado antes de nascer
A solidão! Tem sido essa a realidade da minha vida
Não sei se sou eu que fujo das pessoas
Não sei se são as pessoas que fogem de mim
Sinto como se no chão uma cratera se abrisse
Com se um sismo abalasse a terra
Noutros locais a luz rompia o céu
Aqui apenas nuvens de chumbo enchem o céu
As trevas da solidão assolam-me
E eu não tenho forças para correr para a luz