Esforcei-me a trabalhar, vi o meu trabalho reconhecido e recebi um bónus.
Depois este vampiro veio sugar 75% daquilo que ganhei.
Há alturas que só me apetece voltar a emigrar.
CHULOS
Venho aqui largar o fel, fazer queixas, aliviar a bílis.
Esforcei-me a trabalhar, vi o meu trabalho reconhecido e recebi um bónus.
Depois este vampiro veio sugar 75% daquilo que ganhei.
Há alturas que só me apetece voltar a emigrar.
CHULOS
Sair ao fim de semana durante o verão é muito stressante, bué da crowd, isto devia ser como no Havai, praias e filas de supermercado exclusivas para os residentes 😂.
Ainda ontem enquanto aguardava na fila para o frango, passou uma família de parolos que proferiu alto e bom som "Quem diria que nós estaríamos a passear numa aldeia piscatória?". Não é uma aldeia, é uma vila - estúpidos! E neste momento será mais apropriado chamar-lhe uma Surfing Village! De facto há mais (muito mais) surfistas que pescadores e a grande maioria comunica na língua de Shakespeare!!!
O carimbo está para algumas pessoas como a roda para a restante humanidade! É fundamental e sobrepõe-se a tudo o resto.
Certo dia um colega vem ter comigo com um ar consternado.
- Os teus programas estão mal!
- Há-de nascer o dia em que alguém não me diga essa frase.
- Mas desta vez é que é.
- Ainda ontem diziam o mesmo e depois viu-se que eram vocês que estavam a colocar os dados errados.
- Pois, mas desta vez não é nada disso, lancei este processo no computador e não ficou gravado.
- Tens a certeza?
- Claro que sim, estás a ver aqui o carimbo no documento?
- Mas lançaste mesmo?
- Porra! Não vez o carimbo?
- Mas o carimbo não quer dizer nada.
Aqui ele olhou estupefacto para mim, tremeu-lhe uma das pálpebras e quase lhe sai uma lágrima.
- Como podes dizer uma coisa dessas? É através do carimbo que nós temos a certeza das coisas. - diz-me com a voz a tremer.
- Pronto vamos lá ver isso. Repete tudo de novo para eu ver.
Ele lá foi ao PC com o ar mais melindrado do mundo e introduz os dados, confirma e… voilá! O processo fica lançado.
- Mas há bocado não ficou, tenho aqui o carimbo que prova! – protestou ele veementemente.
- Viste que não fiz nada, de certeza que não o tinhas lançado, pois agora ficou tudo bem.
Ele ficou a olhar com ar consternado para o carimbo, murmurando.
- Não é justo, se tinha o carimbo na folha ele tinha de estar lançado no computador.
- Pois, mas se calhar puseste o carimbo e depois esqueceste-te de lançar.
- Mas quando pomos o carimbo no papel, devia logo ficar no computador, esta porcaria destas máquinas só serve para atrapalhar, antigamente é que era bom.
- Antigamente vocês punham o carimbo e mais nada? – perguntei estranhando a simplicidade.
- Não, tínhamos de preencher os dados todos num daqueles livros grandes, depois fazíamos as contas numa calculadora e púnhamos o talão junto na página com um carimbo de confirmação que as contas eram aquelas. Depois íamos à conta corrente dar baixa desse valor e púnhamos outro carimbo a confirmar que tínhamos dado baixa. A seguir íamos às folhas de saldo de bancos carregar o valor e colocávamos outro carimbo…
- Pára lá com essa conversa que já estou a ficar com dor de cabeça. Agora não é mais simples? Lanças o valor no computador, confirmas e automaticamente fica tudo actualizado.
- E os carimbos que confirmam que fizemos os lançamentos todos?
- Então o computador faz tudo automaticamente não é preciso carimbos.
Olhou para mim como um crente para um herege, virou-me as costas e lá foi resmungando, abanando a cabeça e fazendo gestos como que a esconjurar um espírito mau. Nos dias seguintes não me falava e juro que lhe lia nos olhos qualquer coisa como: - Hás-de arder no inferno dos não crentes no Carimbo!